O Tribunal de Justiça do Piauí (TJ-PI) realiza de hoje (6) até o dia 10 de março cerca de 500 audiências para agilizar processos de violência contra a mulher e feminicídios. As audiências fazem parte da 23ª Semana da Justiça pela Paz em Casa. No Piauí existem cerca de 16 mil processos. Uma média de 10 pedidos de medidas protetivas por dias são feitas para proteger mulheres de agressores.
A juíza Keylla Raniere, coordenadora da Coordenadoria Estadual da Mulher do TJ-PI, explicou ao Cidadeverde.com que o objetivo da semana é realizar um esforço concentrado nos fóruns e comarcas para julgar e analisar processos que envolvem violência doméstica e feminicídio.“Esse projeto existe para fomentar o julgamento
desses processos e dar agilidade. São audiências de ações penais em curso.
Estamos analisando as denúncias e julgando os processos criminais perante a
Justiça piauiense”, destacou a juíza Keylla Raniere.
Além das audiências, o Tribunal de Justiça também
está realizando uma exposição sobre mulheres pioneiras e oferecendo serviços de
beleza para as mulheres que participam dessas audiências.
“O objetivo é que as vítimas que estão aqui possam
visualizar na exposição as possibilidades para que elas consigam ter esse
entusiasmo para quebrar o ciclo da violência. E os serviços de esmaltação,
maquiagem e sobrancelhas tem como objetivo melhorar a autoestima da mulher”,
acrescentou a juíza.
Ainda segundo a coordenadora, não há um perfil de
mulheres que são vítimas de violência ou feminicídio. À reportagem, ela disse
que “são mulheres de todas as classes, mais ou menos instrução”.
Câncer
da sociedade
A Semana da Justiça Pela Paz em Casa
também tem o objetivo de conscientizar a sociedade para uma reflexão acerca da
violência contra a mulher. Segundo a juíza Keylla Raniere, é preciso entender o
porquê dessa violência existir.
“Só assim vamos poder frear essas
manifestações que diminuem a mulher e onde ela se encontra. Durante essa
semana, a sociedade precisa parar um pouco para refletir. Essa violência é um
sintoma de uma doença que nossa sociedade carrega. Não podemos tratar somente o
sintoma, mas olhar para o todo. É um câncer que precisa ser tratado”, pontuou a
juíza.
Essa ação acontece três vezes ao ano. A
primeira acontece nesta semana e as outras em agosto e novembro,
respectivamente.
“Esse é um programa do Conselho Nacional
de Justiça que todos os tribunais do país participam. A ação trata tanto de
audiências, como análise de processos, julgamentos, outros atos processuais, a
título de esforço concentrado”, completou a juíza Keylla Raniere.
Fonte: Cidade Verde
Nenhum comentário:
Postar um comentário